Guia de Leitura Junguiana atualizado 2023

Guia de Leitura Junguiana

Principais desafios

Tem várias dificuldades que atravessam o contato com Jung. Elas vão desde nem sempre ser um material de fácil acesso. A universidade em que eu estudei só tinha dois livros do Jung na biblioteca. Às vezes tem uma situação que talvez seja até pior do que não ter acesso. É ter acesso a material ruim, deturpado ou corrompido e que é talvez o que acontece com uns 70% do que é difundido sobre psicologia analítica por aí. Com os delírios de incorporar arquétipos a constelar arquétipos através da física quântica. Olhando para esse entorno, é fácil entender o porquê de tanta birutice circulando por aí, como se fosse um enorme Tasmanian Devil arquetípico girando por aí levando o caos da psicologia junguiana.

De fato, é interessante ter uma base de conhecimentos em diversas áreas para aproveitar melhor do conteúdo que a Psicologia Analítica tem a oferecer. Pois é importante articular Mitologia, Antropologia, Alquimia, um pouco de latim, História, Filosofia, entre tantas outras coisas. E isso, por vezes, faz com que muitas pessoas se sintam completamente desestimuladas ou confusas em relação ao que Jung escreveu. Já que é custoso estudar tantas e tantas coisas.

Mas isso não é um impedimento, ou pelo menos uma limitação que não lhe permita se conectar ao que o autor traz, se você souber como se guiar pelas obras dele. Principalmente porque você sempre pode buscar essas referências posteriormente, afinal, vamos lembrar que o Google está aí para salvar vidas. Essa noção de erudição para entender Jung é algo de um tempo em que só tínhamos acesso às coisas através de livros, e nem todos tinham acesso. Hoje, ainda bem que a informação está aí, é só sabermos buscar. Mas além disso, tem um macete que ninguém te conta, mas eu vou te dizer o que interessa no fundo é o humano.

O que o produto humano é que permite a psicologia analítica atuar, seja um filme que passou no cinema no ano passado ou um mito ou conto de milhares de anos. É como o componente humano se relaciona com o simbólico ali contido que faz a diferença real.

Não digo isso para desencorajar o estudo de outras áreas, pelo contrário, acho importantíssimas. Mas o inconsciente também produz símbolos e mitos na contemporaneidade. Não sempre precisamos buscar arqueologicamente uma imagem arquetípica ao longo da história passada, quando o momento presente já nos apresenta o que precisamos.

A epstemologia e os pós,neos,ultra,super junguianos

Essa é uma encruzilhada espinhosa de se atravessar, mas extremamente necessário. Dentro do campo, talvez pelo contato tão íntimo com os conteúdos do inconsciente coletivo, abrigam todo tipo de bizarrice. E no meio disso tudo, você vai ter profissionais que defendem uma epistemologia, uma base de funcionamento para “teoria” que está sendo proposta, que seja o mais próximo possível do esperado por Jung nos escritos que ele deixou. Temos também aqueles que desvirtuam os conceitos e torcem a seu favor, criando novas interpretações para alguns termos, e aqueles que criam a roda a todo instante, enquanto renovam o que Jung disse, dizendo basicamente a mesma coisa.

Sim, não é simples entender, mas resumindo, tem quem queira que o que Jung propôs viva, tem quem queira que morra e tem quem queira matar, ressuscitar, vilipendiar e depois matar de novo. E aí, é importante também pensar se queremos seguir apenas por Jung ou acrescentar ideias de outros autores que ampliaram a visão de Jung em alguns aspectos, aos quais a Psicologia Analítica originalmente não dispensou tanto estudo, segundo eles. Agregar “pós-junguianos” é algo que particularmente só recomendo que se faça após ter uma base já de Jung. Antes disso, eu acho um desperdício na maior parte do tempo. Vale mais recorrer a uma Von Franz ou a uma Nise, Barbara Hannah, etc.

Mas, para alguns, ler os “pós-junguianos” acrescenta muitos elementos que são ótimos para a compreensão do sujeito ou mesmo para a prática clínica. Porém, sempre se faz necessário que haja uma base dos conhecimentos teóricos que Jung nos trouxe antes de adentrar profundamente nas expansões teóricas que vieram posteriormente.

Ler Jung é praticar Jung clinicamente

Aqui é muito importante frisar também que Jung não tinha a pretensão de elaborar uma teoria psicológica complexa, no sentido de explicar o funcionamento de toda a psique e do mundo. Ele repete isso ao longo de suas obras, embora ele tivesse um projeto que consideraria a psicologia analítica como um plano de fundo geral da psicologia. O que ele fazia era estudar os fenômenos e depois isso ia se aglomerando, observado empiricamente, analisado, processado até que foi tomando a forma da Psicologia Analítica. Isso faz com que os escritos de Jung sejam muito circulares, no sentido de repetir o mesmo tema em várias obras, às vezes expandindo e às vezes não.

Fazer esse pensamento circular é exatamente o que acontece na clínica, quando um conteúdo relevante emerge e que leva a muitas associações por parte dele, acrescentando assim muitos elementos de outras áreas, a visão e significação daquele fenômeno que está sendo estudado, assim como nos escritos de Jung. E talvez seja aí que muitas pessoas se confundem, pois parece que o raciocínio fica interrompido quando ele retoma algum outro ponto como forma de ampliar o pensamento, e só depois de alguma explanação é que ele retoma o que estava trabalhando.

Você precisa compreender isso, pois torna mais simples o fluxo de estudo, além de facilitar a maneira como quem vai ler Jung precisa pensar para compreender melhor seus escritos. É preciso pensar em um termo epistemológico e com exegese, e o que isso representa?

Ao estudar Jung, faz-se necessário uma articulação de pensamentos, uma nuvem de associações de pensamento que organizam esse conhecimento como um todo. O próprio estudo de Jung já se faz como a prática de sua Psicologia, e isso se dá sempre através da articulação das mais diversas áreas do conhecimento humano. Vai ser preciso que você, ao se interessar por Jung, esteja disposto a permitir que seu pensamento não flua apenas de forma linear, e sim acompanhe as oscilações e circunvoluções que Jung faz sobre o fenômeno estudado. Ler Jung em si já é praticar uma das técnicas que nós “junguianos” mais usamos, que é a amplificação. É pegar um elemento e observá-lo através dos mais diversos significados e possibilidades.

Os termos, os malditos termos

Isso acaba sendo uma questão real quando as pessoas começam a estudar Jung. O que diabos é sombra, arquétipo, ego, persona e mais uma porrada de outros nomes que eu poderia usar aqui? Os termos têm sentidos diversos na obra. Vale lembrar que Jung teve uma produção científica que se inicia em 1900 e vai até quase a década de 70, ou seja, são muitos anos produzindo e revendo o que foi produzido.

E aí, a exegese é importantíssima. Para quem tem um histórico de vida religioso, já esteja familiarizado com a palavra. Para quem não está, vamos resumir como a possibilidade de interpretar uma palavra dentro de uma obra em seus mais variados contextos de significado. O que isso quer dizer? Muitos termos terão mais de um significado. Se não me engano, o termo arquétipo tem 5 sentidos e significados atribuídos. E isso faz toda a diferença, pois não necessariamente o sentido de arquétipo em um texto poderia ser compartilhado por todos os outros sentidos que a palavra possui dentro da obra.

O que eu aconselho é que você tome nota dos termos que vão sendo recorrentes. No texto x, a palavra alma apareceu assim e no texto y de outra forma, como exemplo. Obviamente, podemos recorrer, por exemplo, ao dicionário junguiano, do Pierri, para facilitar encontrar os termos dentro da obra ou ao índice de termos.

Que obra gigantesca

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