Freud vs. Jung: O Que Realmente Causou o Rompimento e Como o Comitê Secreto Tentou Destruir Jung

Carl Gustav Jung e Sigmund Freud são dois dos nomes mais influentes da psicologia moderna. No início do século XX, sua relação foi marcada por admiração mútua e colaboração intensa, mas, em poucos anos, transformou-se em uma ruptura irreversível. Mais do que um simples desentendimento teórico, o rompimento entre Freud e Jung envolveu disputas de poder, diferenças filosóficas profundas e até um comitê secreto formado para isolar e denegrir Jung.

Mas quais foram as verdadeiras razões desse rompimento? Qual foi o papel do Comitê Secreto de Freud e Ernest Jones? E como essa separação redefiniu os rumos da psicologia?

Neste artigo, você vai entender:

  • Como Freud mudou da primeira para a segunda tópica e como isso influenciou sua separação com Jung.
  • O que realmente aconteceu no primeiro encontro entre Freud e Jung.
  • Os pontos centrais de discordância entre suas teorias sobre o inconsciente, libido e sonhos.
  • O papel do Comitê Secreto de Freud e Ernest Jones na tentativa de sabotar Jung.
  • As consequências desse rompimento para a psicanálise e a psicologia analítica.

Se você quer descobrir os bastidores do maior racha da história da psicologia, continue lendo!


O Encontro Entre Freud e Jung: Da Admiração ao Conflito

O primeiro encontro entre Freud e Jung ocorreu em 1907. O jovem psiquiatra suíço, então diretor da Clínica Psiquiátrica de Zurique, via Freud como um grande mentor, e Freud via Jung como seu potencial sucessor. A conversa entre os dois durou impressionantes 13 horas, mostrando o entusiasmo e a conexão intelectual inicial.

Freud estava convencido de que Jung poderia ajudar a expandir a psicanálise e torná-la respeitável dentro do meio acadêmico. Como Jung não era judeu, Freud acreditava que ele poderia tornar o movimento psicanalítico mais aceitável para a elite intelectual da época, que tinha preconceitos contra Freud e sua escola de pensamento.

No entanto, essa admiração não duraria muito.


As Duas Tópicas de Freud: A Mudança Que Marcou a Separação

Inicialmente, Freud estruturou sua teoria psicanalítica com base no conceito do inconsciente reprimido, dividindo a mente em três níveis:

  1. Consciente – Aquilo que percebemos no momento.
  2. Pré-consciente – Memórias acessíveis, mas não ativamente presentes.
  3. Inconsciente – Conteúdos reprimidos que influenciam nossos pensamentos e comportamentos.

No entanto, com o tempo, Freud desenvolveu um modelo mais sofisticado, conhecido como segunda tópica, na qual dividiu a psique em três instâncias:

  • Id – A parte instintiva da mente, movida pelo princípio do prazer.
  • Ego – O mediador entre os impulsos do Id e as exigências da realidade.
  • Superego – A instância moral, que contém normas internalizadas.

Essa mudança consolidou ainda mais a visão de Freud de que o inconsciente era um reservatório de desejos reprimidos, especialmente de natureza sexual – algo que Jung começava a discordar fortemente.


Os Principais Pontos de Discordância Entre Freud e Jung

1. A Natureza do Inconsciente

Freud via o inconsciente como um depósito de desejos reprimidos, principalmente ligados à sexualidade infantil.

Jung, por outro lado, acreditava que o inconsciente ia muito além disso. Ele propôs a existência do inconsciente coletivo, que contém padrões universais herdados pela humanidade – os arquétipos.

Para Freud, essa ideia era inaceitável, pois ele via a mente como algo construído a partir das experiências individuais, não de um legado psíquico compartilhado.

2. O Conceito de Libido

Freud considerava a libido essencialmente sexual, sendo a principal força motriz do comportamento humano.

Jung discordava dessa visão reducionista. Para ele, a libido era uma energia psíquica mais ampla, responsável não apenas pelos impulsos sexuais, mas também pelo crescimento espiritual, criatividade e busca de sentido na vida.

3. A Função dos Sonhos

Freud via os sonhos como formas de realizar desejos reprimidos de maneira simbólica.

Jung via os sonhos como mensagens do inconsciente, que ajudavam no processo de individuação e desenvolvimento pessoal. Ele também introduziu o conceito de função compensatória dos sonhos, que equilibra aspectos negligenciados da consciência.

Essas divergências se tornaram insustentáveis, levando à separação definitiva entre os dois.


O Comitê Secreto de Freud e Ernest Jones: A Tentativa de Sabotar Jung

Após o rompimento, Freud e seus seguidores estavam determinados a manter o controle da psicanálise e evitar que Jung tivesse influência no campo. Assim, Freud e Ernest Jones criaram o Comitê Secreto, um grupo exclusivo de psicanalistas leais a Freud, que tinham a missão de proteger e preservar sua doutrina.

Esse comitê, composto por figuras como Karl Abraham e Sandor Ferenczi, tinha dois objetivos principais:

  1. Isolar Jung e desacreditar suas ideias.
  2. Manter a psicanálise dentro dos limites estabelecidos por Freud.

Jung não apenas foi afastado da Sociedade Psicanalítica Internacional, como também foi alvo de ataques indiretos, onde suas ideias eram classificadas como místicas e sem embasamento científico.

A criação do Comitê Secreto foi uma evidência clara do caráter dogmático da psicanálise freudiana, que não aceitava questionamentos ou divergências.


As Consequências do Rompimento Entre Freud e Jung

O rompimento entre Freud e Jung teve impacto profundo na história da psicologia.

  • Freud consolidou a Psicanálise como uma escola rígida, com um foco maior nos impulsos sexuais e nas experiências infantis como determinantes da personalidade.
  • Jung desenvolveu a Psicologia Analítica, expandindo o conceito de inconsciente e introduzindo noções como arquétipos, sincronicidade e o processo de individuação.

Hoje, ambos são reconhecidos como gigantes do estudo da psique humana, mas enquanto a Psicanálise freudiana se tornou mais ortodoxa, a Psicologia Analítica de Jung abriu caminho para estudos mais profundos sobre símbolos, mitologia e espiritualidade na psicologia.


Conclusão: Freud e Jung, Opostos ou Complementares?

Embora tenham seguido caminhos diferentes, Freud e Jung ofereceram perspectivas que se complementam. Enquanto Freud nos ajuda a compreender nossos traumas e desejos reprimidos, Jung nos mostra como a psique humana busca crescimento, integração e um sentido mais profundo da existência.

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